Rezenha Crítica Na Hora da Zona Morta 1983 de Cronenberg

Wallpaper Na Hora da Morta

E lá vamos nós hein, putaqueopariu…  Mais um filme de Cronenberg, um ídolo do cinema para mim. Um filme que em especial sempre quis reZenhar sobre, entretanto por ser um tema bem complexo, mergulhar nestas águas profundas seria um caminho sem volta, mas depois de um visitante assíduo do Blog, o Antonio Manuel Lopes Amaral, solicitar que fizesse uma reZenha Crítica sobre o filme, não pensei duas vezes, afinal indicações dos visitantes tem prioridade e como já havia assistido e queria escrever sobre, uniu a fome com a vontade de comer. E você o que faria se tivesse o dom da premonição?

Quando você une um dos melhores contos de Stephen King, o mestre Cronenberg e Christopher Walken (Anjos Rebeldes e Pulp Ficition) no seu ápice, poderíamos criar uma bomba devido a expectativa, mas aqui não foi  o caso, foi criado um monstro, com a melhor das intenções, um filme com timing certo, peso de drama e suspense excelentes, atuações pontuais,  uma direção fantástica do mestre e o mais incrível, uma excelente adaptação de um conto literário para o cinema (Na maioria dos casos fica uma merda).

Imagine você, tendo uma vida pacata e praticamente consolidada, lecionando no colegial e prestes a casar-se com a mulher da sua vida? É o sonho de qualquer cidadão de bem. Mas a vida de Johnny Smith começa a dar errado quando ele comete um pecado capital masculino, assim como uma frase que levo comigo: – Na vida existem duas coisas que não se nega a ninguém, um copo de água e uma trepada. – e foi isso que Johnny Smith fez, cheio dos bons costumes e alto garbo, nega passar a noite com sua namorada Sarah Bracknel, afinal ela não queria que fosse embora, estava chovendo muito, pista perigosa, momento propício para ficar e bom, sabemos o que fazer… Mas ele mesmo assim decidiu ir embora.

Ele sofre um acidente terrível que quase culmina em sua morte, fica em coma durante 5 longos anos. A partir daí começa uma fase de adaptação, entretanto duas coisas o chocam.

A primeira é sua namorada, já estava casada com outro e segundo, ele percebe que começa a ter premonições, Johnny começa a ficar paranoico, tanto que assusta a enfermeira pedindo que ela ligasse em sua casa que provavelmente estava pegando fogo e precisava salvar a vida de seu bebê.

A partir daí inicia-se uma série de dilemas em sua vida,  a cada premonição, Johnny fica mais fraco, e ao mesmo tempo ele tem vontade de mudar o curso de muitas coisas que prevê. Imagine você com o poder de descobrir a identidade de um serial killer local que mata as adolescentes da cidade ou mudar o resultado de uma eleição praticamente ganha, mas que você sabe o que irá acontecer caso o futuro e inescrupuloso político com macabras intenções e expressões sinistras (Sheen) vença?

Você convive com aquela sensação de que poderia ter feito algo para mudar, ou você interfere no livre arbítrio, algo que nem Deus ousou mexer?

Uma curiosidade de bastidor é que houve uma disputa sadia entre os atores para a melhor atuação, e isso é notável em todo o filme, principalmente com Walken e Sheen, desdobrando-se em suas atuações.

É um suspense thriller do mais alto quilate, te deixa pilhado, querendo saber o desenrolar da trama, muitos reclamam da cena final do tiroteio no comício, achei sensacional e deveras tensa, apesar de ter a mesma opinião que a maioria, aparentou ter sido meio “capada” na pós produção, mas nada que tenha interferido radicalmente na obra.

CURIOSIDADES (Retirado do Blog BOCA DO INFERNO):

  • Stephen King queria que Bill Murray interpretasse Johnny;
  • O romance no qual o filme é baseado foi o primeiro de vários outros livros e contos que se passam na cidadezinha de Castle Rock. Outros títulos incluem Conta Comigo, Cujo, A Metade Negra, e Trocas Macabras (Nunca tinha reparado nisso!!!);
  • No filme, Johnny ficou cinco anos em coma, mas no livro esse tempo foi maior, cerca de nove anos;
  • O poema que Johnny lê no início do filme é o desfecho de O Corvo, de Edgar Allan Poe;
  • O romance ainda gerou uma série lançada no Brasil com o título de “O Vidente” (2002) com Anthony Michael Hall como protagonista (Muito lixosa).

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