Por mais Trailers de Lanche e menos Food Trucks

trailer de lanche

Sei que muita gente que fora atingida pelo raio gourmetizador e tenha nojinho do popular não vai gostar desta reZenha. Só que depois de frequentar alguns festivais de Food Truck cheguei a esta conclusão que já deveria ser óbvia.

Sou um cara que quando vai comer não gosta de gastar muito, salvo raras exceções, e já fui um ser da madrugada que atacava as lanchonetes aventureiras que ficavam abertas até de manhã para satisfazer as criaturas da noite mais insaciáveis e que gostam de comer um bom e enorme lanche, lambuzado de óleo e bacon, admirando o nascer do sol. Sim sempre tem uns loucos.

Quem acompanha o blog sabe que volta e meia sempre surge um trailer curioso que escrevo por aqui, cada um com sua história e receita tradicional, e tenho enorme respeito por isso. São lanches que atravessam décadas e sempre estão lá do mesmo jeito que gerações passadas comeram, ou ainda mais gostosos, nunca mudam, nem o trailer nem os lanches. Você sabe que sempre estará lá (Com exceção desta crise que tudo está fechando) te esperando por um suculento, gigante e molhadinho lanche e com um preço compatível ao tamanho da criança (Não tem problema ser caro, desde que ao morder não caiba na boca o lanche todo, tá valendo)!

Participei de alguns festivais de Food Truck pela região e em minha cidade (Matão-SP), além de já ter “traído o movimento” e comido em trailers individuais com os dizeres Food Truck. Sinceramente? Fui com intenção de fazer reZenhas para o “Brogue” mas nem coragem tive. Só pelo trailer ter o nome Food Truck já faz o valor do produto no mínimo duplicar, e o tamanho não compensa o crime. O ponto positivo que um Food Truck tem, é não limitar-se a vender lanches, você encontra uma variedade de coisas bacaninhas para comer, mas o preço faz você manter-se longe.  Tudo bem que utilizam ingredientes nobres e tudo mais, só que mesmo assim o valor é incompatível com nossa realidade.

Outro detalhe é a impessoalidade, como adiantei lá em cima, os trailers de lanche você vai sabendo já quais lanches escolher daquele “chapeiro”, isso chama tradição e pessoalidade. Muitas vezes você até conhece o dono do trailer e o melhor lanche que o cara vende, um exemplo é o cachorro quente do Raimundo Lanches, X Tudo do Maionese, X Tudo Especial do Hermes ou o Bacon infinito do Alemão, basicamente já vamos com uma intenção pré estabelecida, logicamente que dependendo a fome podemos alternar volta e meia o pedido, mas ali se sentimos em casa para pedir para retirar algo que não gostamos ou pedir adicionais. Nos Food Trucks eu garanto que a cada vez que você for, nunca será o mesmo cardápio, você chega toda vez virgem ao local e qualquer pedido que faça torna-se algo engessado como nas franquias de fast food espalhadas pelo mundo, é um parto para conseguir retirar ou adicionar algo ao pedido, mesmo que isso custe um rim ou fígado seu (Um exemplo são as pessoas que não gostam de cebola ou milho e sempre pedem para retirar ou os viciados em Bacon e Catupiry que pedem para adicionar).

Se hoje tivesse uma grana para abrir algo, eu abriria um trailer de lanches e não um Food Truck. Por mais que visualmente sejam a mesma coisa, a diferença está na nomenclatura e modus operandi. Um Food Truck preocupa-se muito com a aparência, diversidade e qualidade do que servir, um trailer old school preocupa-se mais criar fama com algum lanche do cardápio, em alguns casos a qualidade duvidosa e não há uma preocupação com ingredientes nobres e sim com os mais simples, porém mais gostosos e solicitados (Bacon!). Ambos logicamente preocupam-se com o sabor, mas a diferença está na alegria em pagar R$25,00 no lanche de trailer e R$25,00 em um lanche de Food Truck, eu garanto para você leitor, que a alegria em comer algo que nem na boca cabe de um trailer, é maior, inesquecível e satisfatória do que em qualquer outro lugar.

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5 comentários sobre “Por mais Trailers de Lanche e menos Food Trucks

    • Valeu cara pelo comentário e por concordar, hoje os “novos chefs” tentam reinventar a roda, mas na verdade apenas purpurinam ela e vendem a preço de ouro. Não há inovação, apenas melhoria sendo vendida como inovação!

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  1. É a mesma coisa quando se fala em “comfort food” ou “comida caseira”, as duas nomenclaturas se referem a “comida feita em casa” ou “comidinha da vó”. Muda-se o nome para reinventar, criar uma nova moda e não para renovar o cardápio e/ou satisfazer a vontade do cliente. Essa moda “gourmet popular” é bem engraçada! Porque tem gente que entende que incluir um ingrediente mais refinado torna o lanche mais chique. Se na verdade, é a perfeita mistura de ingredientes que cria um sabor único que refina o produto. Os grandes chefs buscam em suas raízes culturais os ingredientes perfeitos, nem sempre é algo caro, e sim, o modo de preparo. Eu evito gordura, mas nesse caso prefiro os trailers, é o que chamo de comida de “verdade”. E assim segue a moda e as modinhas… rs…

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