Coutinho é o novo Rivaldo?

Philippe Coutinho Rivaldo

Analisando estes últimos jogos do Brasil a comparação é inevitável, mesmo Philippe Coutinho tendo feito o gol contra a Suíça no primeiro jogo da Copa e sendo um dos melhores em campo, ainda sim os holofotes caíram sobre Neymar, que só andou em campo e apanhou dos adversários, consequência clara das próprias decisões negando-se a executar a proposta de Tite, jogo rápido de dois toques, segurava a bola para si e tentava driblar inutilmente os suíços. Mas será que podemos comparar Philippe  Coutinho a Rivaldo e Neymar com Ronaldo Fenômeno?

Philippe Coutinho, tímido, evita os holofotes e os noticiários. Técnico, rápido e objetivo, joga para o time, com dribles na vertical, chutes de longa distância e assistências quase sempre precisas.

Neymar, perdeu a timidez faz tempo, o Marketing impera sobre sua vida, um fenômeno das mídias que transcende qualquer limite já visto (inclusive de Ronaldo). Desde as categorias de base do Santos sempre paparicado, já era tido como um craque (lembro como se fosse ontem uma matéria com ele no falecido Esporte Total com Jorge Kajuru), pelos funcionários do Santos que o enalteciam como se fosse o novo Pelé e consequentemente aumentando seu ego infinitamente. Goleador, muito técnico e driblador, joga primeiramente para si sempre visando o gol próprio, mesmo que para isso precise driblar todo o time adversário, assistências apenas como último recurso. Tenta cobrar todos os escanteios, faltas e pênaltis. Os números não mentem, são cruéis, noventa por cento das cobranças (escanteios e faltas) mal executadas geram-lhe uma estatística deveras negativa, uma vez que a maioria dos pênaltis (quando ocorrem) Neymar converte em gol, mas independente da partida, faltas e escanteios são mais comuns que um pênalti, ou seja… não há compensação em marcar de pênalti se as demais cobranças são desperdiçadas.

Rivaldo em toda sua trajetória pela seleção foi uma peça de extrema importância, assim como Ronaldo também. Ambos faziam muitos gols e foram fundamentais para o Pentacampeonato de 2002. Cada um tinha seu estilo de jogo, mas a principal diferença estava justamente no psicológico e imagem, Rivaldo sempre foi mais calado, tanto na seleção como nos clubes por onde passou, fazia o seu com maestria correspondendo os altos salários pagos. Ronaldo quando entendeu como o marketing faria bem a carreira tentou ao máximo estar em evidência, fosse pelo futebol, fosse pelos casamentos ou qualquer outro que fosse o motivo. Vendia seu produto muito bem, mas jamais foi uma propaganda enganosa, por onde passou, destruiu (positivamente), mas sabia seus limites, podemos procurar por todos lugares possíveis, nunca vamos encontrar algum registro de escanteios cobrados por Ronaldo, raras faltas que o mesmo na carreira pôde ter cobrado.

Ronaldo e Rivaldo ganharam uma Copa jogando o fino da bola, com os dois disputando jogo a jogo quem seria o artilheiro da seleção e da Copa. Mas hoje, DEZESSEIS ANOS DEPOIS muitos acham que o Ronaldo ganhou a Copa sozinho, se esquecem do quanto Rivaldo e os demais companheiros jogaram para que o Brasil pudesse ganhar o Pentacampeonato, além do pulso firme de Felipão. A importância e o resultado do Marketing não poderia ter um estudo de caso mais prático que este.

Hoje, 2018, sinto que daqui a dezesseis anos a história pode se repetir, mas com um frustrante diferencial, narradores, a imprensa quase como um todo e muita gente que não é tão fã de futebol (a mesma massa que se interessa por política de quatro em quatro anos) depositando todas as atenções e esperanças em apenas um jogador e não nos vinte e três integrantes que formam a seleção. O que é muito triste, não pela ingenuidade e otimismo de muitos, mesmo porque o jogador em questão poderia ser merecedor de tamanho carinho e confiança, mas não é, sua individualidade em campo e indiferença tanto com os que o cercam como com nosso país o credenciam como um monstro (profetizado por René Simões em 2010).

A exagerada exposição da imagem tem consequências graves, positivas e negativas, os famosos dois lados da moeda. Em caso de sucesso será lembrado para sempre como um herói, um mártir. Os demais vinte e dois jogadores vão tornar-se meros Sanchos Pança, coadjuvantes de uma possível e potencial vencedora história.

Mas o outro lado pode ser cruel, poderia já ter acontecido em 2014 se não tivesse contundido e por consequência não esteve no inesquecível e traumático 7×1, em caso de eliminação precoce ou de forma vexatória será o primeiro a ser apedrejado.

O povo brasileiro é bastante acolhedor e carinhoso com seus representantes quando os mesmos vencem mundo afora enchendo-nos de orgulho, mas quando ocorre o contrário, de uma forma vexatória (derrotas são normais em qualquer meio não apenas no esporte, desde que se caia de pé) TENHA MEDO.

Será que esse ano os papéis podem se repetir? E você o que achou da “rezenha”? Conte-nos, o seu comentário é a alma do Blog.

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