Liga dos Campeões da América ou Champions League America. Vale a pena sonhar?

Com as recentes descobertas investigativas referentes a roubalheira escandalizada feita pela CONMEBOL durante toda sua história e a falência do futebol sul americano, vale a pena parar por alguns minutos, deixar a alienação de lado e sonhar com o modelo implantado na Europa a anos aqui em nosso continente, unindo as Américas do Sul, Central e do Norte. Será que daria certo? Imagine unir a paixão do latino americano pelo futebol com suas torcidas e a credibilidade da gestão administrativa e financeira dos norte americanos.

Mosaico da torcida do Corinthians

A Libertadores da América (Hoje o principal campeonato do continente) reúne apenas times da América do Sul, com times do México como convidados. Já era um campeonato discutível, em relação a favorecimentos de determinadas confederações e comprovadas este ano com vazamentos de ligações e delações onde os presidentes da CONMEBOL e algumas federações como por exemplo Argentina e Brasileira eram sempre favorecidas. O campeonato possui algumas falhas bizarras em seu regulamento, tais como:

•  Acumulo de cartões amarelo não geram expulsão automática;
• O chaveamento de mata matas, força times de mesma nacionalidade a se enfrentarem, por exemplo: Em uma semifinal se possuir dois times brasileiros, um argentino e outro boliviano o chaveamento força os dois brasileiros a se enfrentarem, mesmo que o confronto fosse entre um brasileiro 1 e argentino e o outro confronto entre o brasileiro 2 e o boliviano;
• Se um time mexicano acaba sendo campeão, o vice tem vaga garantida para o Mundial de Clubes. Agora imagina se esse clube, acaba sendo campeão mundial, qual o mérito?
• Violência impune nos jogos “fora de casa”. As torcidas cometem atrocidades, jogando pedras nos gramados, drones sobrevoando o jogo, a tropa de choque acobertando o cobrador de escanteio, dentre outros fatores;

Barra bravas do Boca,  a La Bombonera “pulsa”. Torcida mais conhecida e vibrante da América.

A premiação da Libertadores para o campeão hoje é de R$20 milhões, se compararmos com a LIGA EUROPA (Campeonato de segundo escalão do continente europeu) o prêmio para o campeão são R$32,6 milhões, o abismo fica vergonhoso se compararmos com a Champions League, objeto de comparação e sonho deste blogueiro, o campeão recebe nada mais nada menos que R$167,5 milhões. Além disso, as cotas de TV e patrocínios são incomparáveis, e são maiores porquê? Um campeonato bem estruturado e com estrelas, atrai interesse mundial, a América assiste a Liga dos Campeões da Europa, mas o inverso não ocorre.

Até o Cosmos foi ressuscitado para a MLS. O time que Pelé jogou.

Nesse ponto a credibilidade e investimentos dos norte americanos ajudariam, hoje a MLS (Principal liga norte americana de futebol) está atraindo bastante jogadores conhecidos, a maioria em fim de carreira, mas isso atrai patrocínio e o faturamento deles cresce absurdamente a cada ano. Os EUA e Canadá estão começando a se interessar pelo futebol, e quando eles entram em algum esporte “pra valer”, já sabemos o que acontece.

Torcida do Penarol

Agora vamos começar o sonho, e como funcionaria esta Liga dos Campeões da América? Que países participariam? Quantos clubes?

Quantidade de Participantes
Partimos da quantidade de clubes que iriam disputar a Liga, no caso vamos contabilizar 32 equipes distribuídas pelo continente, assim como a UEFA Champions League faz organiza desta forma há pelo menos 40 anos.

Confederações
Separando os países com mais representatividade futebolística e o mínimo de estrutura para participar de uma liga internacional por ordem alfabética temos:

Argentina	Estados Unidos
Bolívia	Honduras
Brasil	Jamaica
Canadá	México;
Chile	Nicarágua
Colômbia	Panamá
Costa Rica	Paraguai
Cuba	Peru
El Salvador	Uruguai
Equador	Venezuela

Vagas por País

E as vagas por confederação? Qual seria a forma mais justa de distribuição para uma liga começada do zero? Inicialmente os países campeões da Copa do Mundo pelo menos uma vez, teriam direito a 3 vagas.

A partir desta primeira brasagem, poderia ser realizada uma auditoria e filtrar as confederações envolvidas, qual as que teriam direito a 2 vagas. Os tópicos principais a serem comparados seriam:

• Faturamento anual da liga nacional;
•  No mínimo dois estádios com estrutura para jogos internacionais com um mínimo considerável de público;
• Representatividade (Títulos internacionais conquistados antes);
• Garantias de segurança e transparência;

E se todos atendessem aos requisitos, seria realizado uma tabela classificatória, onde as que ficassem em último teriam direito a 1 vaga apenas. Abaixo segue uma tabela simulada de como ficaria distribuídas as vagas por Confederação na primeira edição da Liga.

Liga dos Campeões da América – Vagas por Confederação

Organização e Funcionamento
O campeonato ocorreria pela temporada inteira (Ano todo) e não meio semestre como a CONMEBOL e CONCACAF insistem em fazer, sabotando os clubes participantes em um campeonato corrido. Este ponto é muito importante, em vista que o continente americano é gigante, seria benéfico para a logística dos clubes e preparação para os jogos, o calendário dos clubes ficaria mais diluído e organizado.

A Liga seria iniciada com as 32 equipes divididas em 8 grupos de 4. Os dois primeiros de cada grupo se classificariam direto para a fase de mata matas. Os terceiros colocados de cada grupo, seria redirecionado para a fase inicial de mata mata de uma suposta Liga América (Assim como a Liga Europa, uma liga de segundo escalão da América, porém com muito mais times).

Nesse ponto, na simples opinião de um entusiasta do futebol, acredito que poderíamos divergir da UEFA Champions League. Ao invés de ser realizado sorteios para definir as chaves e confrontos, automatizaríamos de uma forma mais simples, utilizaríamos uma das raras fórmulas que deram certo na Libertadores. Ao final da fase de grupos, seria colocado em uma tabela classificatória todos os times classificados, e separados por pontos, número de vitórias ou outros quesitos para desempate, seria montado uma tabela, onde o primeiro colocado, enfrentaria o pior colocado, o segundo colocado, o segundo pior colocado e sucessivamente. E cada confronto seria separado por chaves, assim como o exemplo abaixo:

Liga dos Campeões da América – Como funciona o Mata Mata

A regra de gol fora poderia ser mantida, exceto na final, e novamente divergindo da UEFA Champions League, ao invés de um jogo único na final, daríamos o prazer das torcidas dos clubes finalistas poderem cada um em seu país torcer pelo seu time. E como último detalhe e o mais importante, o campeão teria vaga para a disputa do Mundial de Clubes.

Esta é minha teoria e conceito, antiga ideia de um entusiasta do futebol e que hoje possui um blog onde pode divulgar as suas divagações para que outros malucos se identifiquem com ela e concordem… ou não. Agradeço aos que tiveram paciência de chegar até o final deste post, é sabido que as organizações envolvidas, CONMEBOL e CONCACAF, não querem perder o seu poder absoluto e talvez nunca saia do papel este projeto ambicioso. Mas fico feliz que após as denúncias de corrupção na FIFA e também nestas entidades estejam sendo divulgadas e “encancaradas”, assim aos poucos o castelo destes mafiosos que se acham proprietários vitalícios estão desmoronando.

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