Rezenha Crítica Ele está de Volta (2015)

Imagine Adolf Hitler, do nada e nem precisaria de uma explicação óbvia, acordar no mesmo lugar que tentou contra sua própria vida em pleno ano de 2014? Loucura né? A sinopse fala por si, mas é muito mais profunda discussão do que você imagina… e amedrontadora.

Não sei se você que está lendo já assistiu, mas a abordagem do filme é bem ao estilo de Borat, mas que ao contrário de Borat que é um personagem fictício, que abordava pessoas comuns com situações e questionamentos inusitados na base do improviso, os produtores de “Ele está de volta” aperfeiçoaram a ideia com um personagem icônico e conhecido mundialmente (Negativamente ou não) e fizeram o mesmo plano, abordando as pessoas nas ruas com algum questionamento político ou situação inusitada. Deve ter sido bem complicado conseguir do direitos de imagem das pessoas para tal, mas é surpreendente com o decorrer do filme o número de pessoas que cederam a sua imagem e não precisaram de tarjas pretas ou que seus rostos fossem embaçados.

Só que o mais chocante não é isso, e sim a reação da maioria das pessoas. Com uma atuação evolutiva de  Oliver Masucci, onde no começo estava achando bem bostinha para falar a verdade, mas com o andar da carruagem é notória sua evolução e entrega (Mesmo fisicamente não sendo muito parecido com o Adolfinho), as pessoas no qual ele e seu “Comandante Sawatzki” interagem, é assustador. Em conversas informais tipicamente de político, Hitler começa sua saga indagando as pessoas sobre o que é preciso para que o país melhore, qual partido estas pessoas estão inclinadas a votar ou já apoiam. E as respostas e interações são assustadoras, e em alguns momentos cômicas.

Mas é impressionante o apoio e compatibilidade de ideias dos alemães com Hitler (estes que passaram por um trauma político, racial, religioso com a Segunda Guerra Mundial), e em pleno século XXI, ano de 2014 quando o filme foi gravado começam a apoiá-lo e encorajá-lo a uma possível candidatura. Logicamente que todos ali, achavam que era algum fã maluco de Hitler que estava atuando na trama do filme, mas independente disso, as ideias iam de encontro com uma sociedade que se diz madura  e preparada politicamente. Incrível como vai de encontro a questões atuais com a realidade, infelizmente, reflete bem essa sociedade que não se preocupa com os jovens, imigrantes, crianças sendo mortas, discursos de ódio, estupros, mas se escandalizam com a morte de um cachorro. Pessoas que acham discursos de ódio engraçado, que faz e aceitam tudo pela zoeira(principalmente nós brasileiros huehuehue br) e insistem em repetir os erros do passado.

É um filme  que começa com uma comédia pastelona, bem bizarra, mas que vai engrenando e começa a deixar o telespectador incômodo com a situação, com o seu humor negro e crítico, passando a ser tratado como um documentário e drama. Ele consegue criar uma linha tênue que pode separar dois pensamentos: Ser interpretado como uma crítica a política e noção de voto não só dos alemães mas da sociedade no geral, ou como uma propaganda de que o Nazismo “não foi tão ruim”.

Faz você refutar se nós aprendemos com o passado ou apenas acreditamos que estamos a salvo dele.  Para refletirmos se podemos acreditar em um futuro melhor ou apenas o subestimar ingenuamente.

Obs: Tem uma cena que eles satirizam o filme “A queda” muito engraçada e auspiciosa, além de referências a Exterminador do Futuro e outros filmes. Mas não são tão evidentes, são “detalhezinhos”.

Minha nota é 3/5.

E você o que achou do filme? Conte-nos para saber sua experiência. O seu comentário é a alma do Blog.

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