Twin Peaks, a série mais paradoxal que já assisti!

Lembro quando Black Mirror ainda era parte discreta do catálogo do Netflix quando conferi suas 2 temporadas e ninguém dava bola até sair sua terceira temporada. Pois bem, não aconteceu exatamente a mesma coisa, mas já havia conferido alguns episódios da primeira temporada de Twin Peaks, longínqua e cultuada série que foi transmitida nas televisões mundiais no início dos anos 90, e acreditem eu havia curtido muito, mas infelizmente acabei abandonando nem lembro por qual motivo. Eis que é lançado esta nova temporada, praticamente 25 anos depois, com quase todo o elenco original, e com direção integral de David Lynch (mente por trás deste universo), e posso cravar sem medo algum que em breve será considerada uma das melhores séries criadas dos últimos tempos, isso porque a temporada nem acabou ainda. Confiram a “rezenha” crítica de Twin Peaks tomando um bom CAFÉ com um delicioso pedaço de TORTA DE CEREJA, a série mais paradoxal que você irá assistir na vida, seja as antigas temporadas ou esta nova!

Esta nova temporada de Twin Peaks podemos encarar de duas formas, a primeira delas e a mais importante, se você nunca assistiu as duas temporadas anteriores e o filme que saiu em meados de 1992 não tem problema. As questões levantadas nesta temporada conseguem caminhar por si só sem esta obrigatoriedade de ter assistido, uma vez que qualquer referência que tentam transmitir passa despercebido até pelos fãs em muitos casos (o charme da série está neste ocultismo exagerado, faz você acabar episódio e ir correndo na Internet pesquisar). Em alguns momentos a própria série “rebobina” para o passado e explica alguns eventos para entendimento de seus novos telespectadores, se bem que entendimento é uma palavra que passa longe de Twin Peaks, desde seu nascimento, onde não nos deparamos com uma linha temporal ascendente e muito menos centralização de personagens, não sei se nas anteriores em algum momento a série concentrou-se em Dale Cooper ou Laura Palmer, nesta temporada todos personagens possuem suas sub tramas e são tidas como importantes em cada episódio, eu cheguei até me perder já.

A segunda é que se você é fã desde lá atrás vai orgasmar por todos os 18 episódios programados, principalmente quando entra aquela introdução de Angelo Badalamenti clássica com o famoso “toin” do contrabaixo, desde que comecei assistir ouço ela e o tema de Laura Palmer uma vez por dias,clássicos instrumentais.

Além das primorosas interpretações e manutenção dos atores antigos, foram adicionados excelentes atores com personagens ainda melhores nesta temporada, até os mais considerados inúteis podem não ser tão inúteis assim até o final do arco desta temporada. Só para ter ideia, muita gente queria estar nesta nova temporada e nos deparamos com atores do calibre de Jim Belushi, Michael Cera, Jennifer Jason Leigh, Naomi Watts, Tim Roth entre muitos outros tops!

Até agora só enchi linguiça por não saber nem por onde começar a falar tamanha amplitude de conteúdo e pontos a destacar na série.

Se você assistir ao primeiro episódio e não entende porra nenhuma da “Sala Vermelha” não tenha pesadelos, e dê uma chance, a partir do terceiro episódio você vai começa a pirar (se já não o fez desde o primeiro mesmo).

Não existem cenas óbvias. Não existe aquela satisfação por saber que o roteiro vai seguir por determinado caminho. Absolutamente, não! A realidade, os sonhos e os aspectos simbólicos se misturam no desenrolar da história, cobrando de nós – reles mortais – a abertura de todas as portas da percepção. Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito.

Twin Peaks possui um bar chamado Roadhouse, e cada encerramento de episódio um cantor ou banda independente apresenta-se nele ao vivo, muito bom. A banda do primeiro episódio chamada Chromatics com a música”Shadow” e Rebekah Del Rio com a música “No Stars” estão entre as performances que mais gostei até o 15º episódio. E são músicas escolhidas à dedo para cada episódio, acho incrível como o David Lynch tem o dedo bom para isso.

Eu sou suspeito para falar de vanguardistas, seja do cinema ou da música, por exemplo no cinema sou fã de Croenenberg, então David Lynch também está nesta parada, e por mais que esteja perdido no universo de Twin Peaks, e talvez esta seja a intenção, perder-se diante da ausência e infinidade de coisas que estão entre os mundos paralelos da série, mexem com nosso subconsciente com tantas questões do ocultismo e que ainda são tabus em muitas rodas de conversa. E tudo muito bem dirigido e editado para incomodar mesmo, deixar você deitado na cama com olhos bem abertos e tentando entender tudo aquilo, muitas vezes inutilmente.

A série não é perfeita (ainda) muitas cenas desnecessárias e que enchem uma linguiça desgraçada, não que sejam ruins, elas são muito bem dirigidas mas poderiam ter inserido outros momentos no lugar delas, sim estou falando a cena do cara no bar varrendo, da francesa vestindo-se e algumas coisas bobinhas que acontecem no Norma’s RR. Fora o episódio 8 que todo mundo está pagando pau e mesmo mostrando alguns elementos sobre a origem de toda aquela loucura achei bem “enche linguiça” também apesar de que esteticamente falando é perfeito, selo Kubrick de qualidade.

Faltam 3 episódios e até agora não podemos concluir nada, espero voltar neste post daqui três semanas dando meu veredito final, só que mesmo assim me vem apenas u pensamento “orkutiano” a cabeça para definir Twin Peaks: O que falar desta série que conheço a tão pouco tempo e que considero pakas?

Apesar de excelentes momentos cômicos (faz eu e minha mãe raxar o bico, sim minha mãe está assistindo comigo!!!), por detrás “das cortinas vermelhas” destila-se a melancolia e a desesperança. Momentos trágicos que nos fazem refletir se nós estamos prontos para passar por tais problemáticas em nossa vida, claro que tudo de uma forma subliminar como toda a obra é, subliminar, inserida lentamente em seu subconsciente.

Minha nota é 4/5 (Na verdade pode ser um 5 até o final da temporada, faltam 3 episódios).

E você o que achou do filme? Conte-nos para saber sua experiência. O seu comentário é a alma do Blog.

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7 comentários sobre “Twin Peaks, a série mais paradoxal que já assisti!

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  4. ´”Assistir chapado”?? hahaha vc é doido!! Eu ri com esse comentário, esse seriado em si, já é chapado demais!!!
    Confesso que estou com medo de assistir esse seriado 25 anos depois, melhor seriado dos anos 90, abalou as estruturas da minha cabeça, som, enredo etc tudo inesquecivelmente incrível…depois de ler sua resenha, arriscarei…ai ai ai…veremos!! Suas resenhas são ótimas, parabéns!!!

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